março 12, 2013

The truth is so cold. Part 2

Talvez podíamos marcar a saída para um dia melhor; o jogo de futebol também. Podíamos andar de bicicleta e brincar na rede uma outra hora; o almoço dos dias dos pais não é tão importante. Eu poderia explicar onde trabalho por mais de três vezes num outro momento; poderia falar sobre suas falsas realidades mais tarde. Poderíamos cozinhar juntos, eu poderia fazer o seu prato preferido, num próximo final de semana. Poderia ouvir suas histórias num outro momento. Poderia ajudá-lo a trocar a lâmina da gillette no próximo mês. Poderia entender o seu passado quando começasse a abrir seus segredos pra mim, mas numa outra oportunidade. Cozinharia seu macarrão com molho, mas hoje não vai dar. O beijaria e o abraçaria em todos os encontros, porém estou apenas de passagem. Falaria por horas e horas sobre seu trabalho na última empresa, quando não tiver nada marcado. Desejaria sua companhia quando não mais a tenho. Faria o que pudesse, mas já não é possível. Seguraria a sua mão, dividiria o guarda-chuva, esperaria ao seu lado na fila para fazer o RG; dormiria na sua casa sempre que pudesse. Admiraria seus olhos verdes e o sorriso que sempre esboçava ao me ver. A risada gostosa e repleta de carinho. A verdade é tão fria. Eu o amaria por todos os dias que restam da minha vida. E isso eu farei.

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